Diaconia com as mulheres em defesa da vida!

Diaconia
3 min readMar 8, 2021

O mês de março já se consolidou como tradicional período dedicado às reflexões sobre as condições de vida das mulheres em todo o mundo. É também tempo de maior efervescência de reivindicações em defesa de seus direitos. Entretanto, mesmo com muitos avanços, ainda são imensos os desafios que se seguem, e a estes se incorporam outras demandas agravadas pelo cenário político, econômico e epidemiológico que estamos vivendo.

As iniciativas que ameaçam os direitos das mulheres sempre estiveram fortemente ligadas aos fundamentalismos. É no universo da opressão patriarcal que eles mais se consolidam e ganham força para se expressar através de práticas misóginas e ataques à diversidade de pensamentos; de ameaças às expressões e existências de saberes e culturas tradicionais; da legitimação e naturalização de violência contra as mulheres; e da atuação pelo fim da laicidade do Estado.

Esse violento sistema de dominação atua de forma ainda mais perversa na tentativa de controle das vidas de mulheres negras, trabalhadoras, que vivem nas periferias das áreas rurais e urbanas do país, LBT’s, indígenas, quilombolas, com deficiência, entre outras.

É com esta compreensão que nos últimos 10 anos a Diaconia tem desenvolvido sua ação com um enfoque especial no tema da Justiça de Gênero. O cotidiano dessa nossa atuação institucional nos permite materializar em nomes, rostos e histórias, os aterrorizantes dados das violações contra as mulheres, revelados através da violência doméstica; do feminicídio; dos crescentes índices de desemprego ou de trabalho precarizado; das violências institucionais e religiosas; dentre muitas outras situações de opressão.

No atual contexto de pandemia, estas violências ganham outros formatos. O coronavírus causou impactos devastadores em todo o mundo, mas é no Brasil que ele continua ampliando sua força, e ceifando, diariamente, milhares de vidas. É legítimo afirmar que a parcela da população mais fortemente atingida continua sendo, de novo, a população preta, pobre, de trabalhadoras, em situação de rua, em situação de cárcere etc., e dentre estas, a pandemia atinge as mulheres de forma ainda mais perversa.

Por todas estas razões, neste março de 2021 seguimos resolutas em defesa de uma política de bem viver para todas as pessoas, da radicalidade dos direitos humanos, da promoção da justiça de gênero, e do urgente avanço nas reflexões e iniciativas que possam nos ajudar a construir outros arranjos para a sociedade que queremos ser.

Nos baseamos nos princípios da solidariedade, da coletividade, da equidade, e da relação harmoniosa com a natureza. Cerraremos fileiras por Renda Básica para pessoas em situação de maior vulnerabilidade econômica como condição fundamental para garantir vida digna para todas as famílias brasileiras; por um efetivo, urgente e imediato Plano Nacional de vacinação — capaz de implementar uma ação eficaz de imunização coletiva ao Coronavírus e a todas as suas variantes; por políticas públicas eficazes de enfrentamento às violências — que considerem as causas que têm ampliado as violações contra as vidas das mulheres; e contra todos os fundamentalismos políticos, econômicos e/ou religiosos.

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Promoção e Defesa de Direitos // Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará